São Paulo – A deputada estadual Carla Morando (PSDB), relatora da CPI da Enel na Assembleia Legislativa (Alesp), criticou a decisão judicial que permitirá ao presidente da companhia, Max Xavier Lins, permanecer em silêncio nesta terça-feira (14/11) durante depoimento à comissão.
“É lamentável a Justiça ver a situação do estado, o que aconteceu com toda a população e conceder uma liminar para que ele possa permanecer calado e não faça juramento de dizer a verdade. A Justiça está trabalhando contra a população, não consigo entender de outra forma”, disse ela.
Lins recebeu um habeas corpus preventivo na noite desta segunda-feira (13/11) após alegar que, caso fosse ouvido na CPI na condição de testemunha, tivesse de responder a perguntas que, mais tarde, seriam usadas como provas para uma acusação contra ele mesmo.
O presidente da Enel inicialmente havia sido convidado a depor na CPI, instalada em abril, antes da crise que atingiu o Estado há uma semana, para apurar cobranças abusivas nas contas de energia.
Após o apagão de 3/11, que afetou mais de 2 milhões de pessoas no estado, a comissão ganhou força e Lins, que poderia se recusar a depor por ter sido apenas convidado, passou a ser convocado e obrigado a ir.
“O silêncio dele só vai mostrar mais uma vez o descaso com toda a população e aí a gente vai tomar as medidas cabíveis dentro do que a gente colher”, disse Carla Morando.
A deputada disse ter pedido à presidência da Alesp que também ingressasse com um pedido na Justiça para derrubar o habeas corpus, mas que ainda não havia recebido retorno.
Carla acompanhou o marido, o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB), a uma reunião no Palácio dos Bandeirantes com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), prefeitos de 21 cidades da Grande São Paulo e o presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para discutir falhas no serviço da Enel.