China regista, em maio, a inflação mais baixa do mundo

A inflação na China subiu em maio para 0,2%, segundo a estimativa avançada pelo Gabinete Nacional de Estatística esta sexta-feira em Pequim. O ritmo de subida dos preços duplicou em relação a abril, quando a inflação caiu para 0,1%, o nível mais baixo em 26 meses. Em maio do ano passado, a inflação estava em 2,1% e atingiu um máximo de 2,8% em setembro.

Ainda é cedo para concluir se o processo de desinflação na China – de abrandamento da subida de preços – atingiu um mínimo em abril, e se a economia chinesa enfrenta daqui para a frente um processo de aceleração da inflação. Para as autoridades em Pequim uma inflação tão baixa está distante da média anual de 3% projetada para 2023.

Os economistas chineses falam da conjugação de duas tendências: por um lado, uma “cautela” dos consumidores apesar da reabertura da economia depois da descontinuação da política de covid zero com, e, por outro, uma quebra continuada de preços na produção industrial (PPI no acrónimo em inglês), cujo índice quebrou 4,6% em maio, chegando a um mínimo em sete anos.

Com um nível de inflação pouco acima da linha de água, a China é a economia no mundo com a inflação mais baixa em maio, segundo os dados até agora divulgados pelas entidades estatísticas. Muitas economias com níveis de inflação muito baixos ainda não divulgaram as estimativas para maio.

Tendo em conta os dados já divulgados, com níveis de subida de preços abaixo de 1% em maio, situam-se Tailândia com 0,5%, Djibouti com 0,6% e Costa Rica com 0,9%. As Seicheles registam quebra de preços, deflação, com uma queda de 1% em maio. Enquanto inflação implica uma subida mensal de preços, por mais ínfima que seja, a deflação é um processo contrário, de queda de preços.

Recorde-se que a média da inflação na zona euro em maio foi de 6,1% e que a economia com a taxa mais baixa de 2,7% foi o Luxemburgo, em termos de Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC). Portugal registou uma inflação de 5,4% em termos do índice harmonizado (que permite as comparações na zona euro) e de 4% segundo o índice usado pelo Instituto Nacional de Estatística.