“Precisamos fazer do centro de Goiânia uma referência para outros bairros”, diz autora do projeto Viva o Centro



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Moradora do centro de Goiânia há 15 anos, a vereadora Kátia Maria (PT) chegou a uma constatação fácil de ser observada para quem anda pelas ruas do Setor Central: o abandono do poder público no decorrer dos últimos anos, apesar da importância da região para a capital. Comércios fechados, iluminação precária, estabelecimentos comerciais com fachadas que desrespeitam a legislação. 


Daí, em mais uma tentativa de revitalizar o centro, Kátia Maria propôs a criação do projeto “Viva o Centro”, aprovado com unanimidade pela Câmara dos Vereadores de Goiânia. O pontapé inicial da ação se deu nesta quarta-feira (24/05), no feriado municipal da Padroeira de Goiânia com uma série de atividades.


Em uma entrevista exclusiva ao diretor de redação do Diário de Goiás, Altair Tavares, Kátia Maria destaca a ideia e o que pretende com o projeto que será dividido em cinco eixos temáticos: Patrimônio Material e Imaterial; Economia, Arte, Cultura e Lazer; Mobilidade e Sustentabilidade; Segurança e Dignidade Humana; Trabalho e Emprego.



Altair Tavares: Como nasceu o projeto do Viva o Centro?


Kátia Maria: Na verdade, tinha uma demanda no Centro que é um lugar extremamente importante. É nosso centro cultural, patrimônio, infelizmente muitas portas de comércio foram fechadas. O centro foi esvaziado. Nós queremos que aqui ocupe um espaço devido a ele. De destaque. O Viva o Centro é um lugar para podermos pensar a partir de cinco eixos temáticos como é que podemos melhorar a qualidade de vida e fazer com que o centro cumpra sua função social. Garantindo que quem trabalha, quem faz daqui sua atividade econômica mas também quem mora aqui, possa ter uma qualidade de vida.


AT: O centro precisa de investimentos?


KM: Digo que sim, mas não precisa esperar os investimentos para fazer o centro melhorar. Nós podemos melhorar a limpeza urbana, a segurança pública, podemos fazer com que as portas que estão fechadas se abra, sem nenhum tipo de investimentos. Só com a manutenção dos serviços que é uma responsabilidade da Prefeitura. O Viva o Centro vai trazer ações de curto, médio e longo prazo para que possamos fomentar a economia, fazer com que as atividades culturais, artísticas e o turismo possam ser pujantes aqui no centro da capital.


AT: Já temos algumas atrações no centro…


KM: Com toda a certeza. Por isso que eu digo que a infraestrutura não é o debate principal. Temos aqui o Teatro Goiânia, a Vila Cora Coralina, o Centro Cultural Goiânia Ouro, temos tantos equipamentos aqui que podem ser usados pela população que não demanda de investimentos, apenas de uma agenda forte que fomente a cultura e o comércio local e aqui seja um local atrativo e irradiando essa potência cultural que o centro de Goiânia é, para todos os bairros. Eu costumo dizer que costuma ser uma via de mão dupla. Eu quero que as atividades culturais cheguem nos bairros, mas quero que a população que está nos bairros possa viver no centro de Goiânia. Nós não conseguimos levar a Praça Cívica, o Teatro Goiânia, o Grande Hotel. São equipamentos históricos e que são patrimônios que estão aqui. Quando o cidadão não ocupa esses espaços, significa que eles vão estar ociosos e muitas vezes ocupados pela marginalidade.


Temos um problema de segurança pública. Queremos discutir o assunto com a dignidade humana, aumentamos a população em situação de rua. Queremos que essas pessoas tenham dignidade em seu tratamento. 


AT: O projeto da iluminação de LED poderia começar pelo centro. Seria simbólico…


KM: O próprio nome já diz que o centro está no meio da cidade. Precisamos fazer do centro de Goiânia uma referência para os bairros. Quando a gente olha o centro de Goiânia abandonado do jeito que está, pelo poder público, faltando a manutenção básica. A cidade está suja, encardida, problemas na iluminação… A gente imagina como está na periferia? Precisamos pelo centro, começar com essas ações e irradiá-las para o resto da cidade.


AT: A gente está no Liceu, que infelizmente, está numa situação lastimável…


AT: O Liceu tem um anúncio de uma reforma que nunca chega e nunca acontece. Quero agradecer o diretor e a todo o quadro do Liceu que se pôs a disposição. O Liceu é um espaço tradicional e de pensamento crítico e queremos que ele permaneça. Por isso fizemos o seminário aqui. Para que a gente possa fazer do Liceu, esse ponto de encontro de pessoas que querem pensar a cidade, buscando quais os caminhos e possibilidades para o centro de Goiânia. Sabendo que aqui tem um comércio que pode ser fortalecido. Olha o que virou a Rua 8, o Beco do Codorna, a Rua 12, Rua 20, os mercados… Muitos espaços significativos. Temos um comércio atraente e precisa só de incentivo. Uma ação coordenada entre os órgãos da Prefeitura e Poder Público do Estado, da União, tem patrimônio administrado pelo Iphan e o Governo de Goiás. O meu papel como autora do projeto será buscar articular todos os atores para fazer do centro, vivo.


AT: Você pretende mobilizar outros vereadores para que suas emendas impositivas venham ao centro da cidade?


KM: Com toda certeza. O centro é um lugar que todo o mundo passa e usa. Não só de Goiânia, Nós recebemos gente da Região Metropolitana todo o dia, porque elas vem trabalhar, comprar e resolver os problemas nos órgãos públicos de Goiânia. Recebemos gente do estado inteiro que vem passear e conhecer a capital. O centro é um local que deveria ser um lugar que todos os agentes políticos deveriam ajudar a cuidar.


AT: O Viva o Centro está só começando?


KM: Com certeza. Hoje é só o lançamento. É um projeto a curto, médio e longo prazo. Temos que qualificar o trabalho no centro e garantir mais habitação. Há muitos locais desocupados. A questão da sustentabilidade e a mobilidade. A cultura e o turismo como forma de fomento da economia e a segurança pública e dignidade humana. São cinco eixos que vamos transformar isso em ações permanentes para que o centro possa ser um centro pujante e que ofereça qualidade de vida para a população.


AT: A fachada limpa foi um fracasso?


KM: A lei existe e precisa ser cumprida. Eu acredito que esse seminário que é o Viva o Centro precisa discutir inclusive isso. Precisamos falar sobre Art Deco, dizer que o menos é mais. É todo um debate que precisamos fazer. Eu acompanho o centro há muito tempo e moro aqui desde 2007 e agora ‘subiu no telhado’. É um caminho sem volta porque precisamos unir as forças entre Câmara, Prefeitura, Governo de Goiás e Federal para fazer do centro vivo e fazer a vida no centro acontecer esse debate.



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Domingos Ketelbey






Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.







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