"Dono da Tesoura de Ouro é preso em operação contra fraude de R$ 45 Milhões"

Por: Kelven Junio

Na manhã desta quinta-feira (11/4), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desencadeou a Operação Sarto, revelando uma trama intricada de crimes financeiros envolvendo o empresário Juraci Pessoa de Carvalho, conhecido como Juraci Tesoura da Ouro, dono das lojas Tesoura de Ouro. A ação resultou na prisão de Juraci, que foi detido em uma academia no Sudoeste, durante uma operação que cumpriu 26 mandados de busca e apreensão, além de um de prisão temporária, em empresas e residências de investigados em diversas regiões administrativas.

A investigação da Polícia Civil desvelou um esquema sofisticado, no qual um grupo empresarial se utilizava de pelo menos 123 empresas fictícias ou de fachada para emitir notas fiscais fraudulentas, visando sonegar impostos e circular dinheiro proveniente de atividades ilícitas. O modus operandi incluía a constituição de empresas de fachada, cujos quadros societários eram compostos por indivíduos sem vínculos reais com as operações, agindo como "laranjas".

O grupo empresarial, liderado por Juraci, movimentou mais de R$ 8 milhões em golpes, utilizando diversas modalidades fraudulentas, como falsos investimentos, financiamentos de veículos ardilosos, compra sem pagamento de produtos eletrônicos e compras simuladas em máquinas de cartão. Para ocultar os valores ilícitos, as quantias resultantes da fraude fiscal eram fragmentadas e movimentadas através de uma rede de contas bancárias vinculadas aos CNPJs das empresas fictícias.

Segundo o delegado-chefe da 35ª DP, Ricardo Viana, o grupo é liderado por dois moradores de Sobradinho, sendo que um deles construiu uma grande casa no lote do sogro na região. Dos quatro mandados expedidos pela Justiça do DF, três são membros da mesma família. A operação mobilizou 120 policiais civis e recebeu esse nome em referência à palavra italiana para "alfaiate", uma vez que os investigados atuavam principalmente no ramo de confecções. Os envolvidos poderão responder por crimes que incluem organização criminosa, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, sujeitando-se a penas que chegam até 28 anos de prisão.